Mais do que a letra de uma canção, “Cavalgada”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, é um belo poema, uma ode ao amor. É a história de dois amantes, sendo que um deles, qual cavaleiro andante, decide viajar no tempo, cavalgando um corcel alado impregnado de um intenso amor e de uma não menos paixão avassaladora, tendo como cúmplice o silêncio da noite.

O cavaleiro andante deixa-se perder na escuridão que lhe aclara a alma, descansando de tanta volúpia e menosprezando o facto de naquele momento ser subjugado ou dominador, estando certo que, de qualquer forma, sempre sentirá o júbilo de um gigante ou o deleite de um menino.

E naquela sensual e longa noite as estrelas cintilam ainda mais e mudam entre si de lugar para melhor verem amor tão palpitante, num êxtase tal que mantêm o seu brilho mesmo depois do amanhecer.

E, como se não bastasse, até o próprio Sol, essa fonte de luz e de vida, embriagado por tão sublime idílio deixa-se substituir pelo cintilar das estrelas e espera para nascer.

“Cavalgada” é, talvez, a obra da dupla Roberto Carlos/Erasmo Carlos que mais retrata o amor naquilo que ele tem de mais sublime. Impressionante a presença das estrelas e do Astro Rei em todo o contexto.

Se a tudo isso juntarmos a arte, o encanto e a magia instrumental que nos é proporcionada pelo maestro Eduardo Lages no seu CD/DVD Com Amor produzido em 2007, então aí podemos dizer que ‘Cavalgada’ atingiu os limites da emoção, tal é a harmonia, a força e o êxtase que expulsa.

Por: Armindo Guimarães

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